Falar de amor parece bem fácil, principalmente quando não refletimos sobre sua essência e nos concentramos na instantânea sensação de bem-querer. O eu te amo sai fácil diante de um momento de emoção, numa troca de olhares apaixonados, nas festinhas de dias comemorativos, no soprar das velinhas do bolo de aniversário.
Mas falar de amor nas situações de dificuldades é uma pedra bem grande na caminhada, difícil de mover, é uma trava na língua, um bolo no estômago, um gosto amargo de lágrima no céu da boca.
Se falar de amor nos momentos de raiva e tristeza já é um desafio, imagine vivenciar o amor nos momentos de dor ou insegurança.
Fala-se muito no amor de uma mãe por um filho ou uma filha, dizem até que é o tipo de amor que mais se aproxima daquele sentimento aconselhado por Jesus num dos mandamentos: “amai a teu próximo como a ti mesmo”.
Mas e o amor de um(a) filho(a) por uma mãe? Como podemos traduzir? Se o amor de mãe é o mais puro e próximo do mandamento, então a semente foi plantada no coraçãozinho do (a) filho(a), não é?
Mas como ensinar a um filho ou a uma filha sobre a importância do amor? Como demonstrar a uma mãe o quanto seu amor é essencial?
Não sei, não trago receitas de bolo, nem respostas prontas, mas ao longo da vida tenho observado três alavancas transformadores que integram o sentimento amor: o exemplo pela vivência, a ação e o respeito.
Quem ama vive esse amor, no cuidado, no abraço, na conversa, nos registros de momentos importantes, celebrando as vitórias e acolhendo nas “derrotas”.
Quem ama cuida, participa, chora junto, acredita e faz acontecer, mesmo quando tudo parece perdido, é o segurar das mãos cansadas ou o bater de palmas para a existência.
Quem ama respeita o tempo e o espaço. Respeita as limitações diárias, os choros e desilusões, se importa e escuta, mesmo nos momentos de infinita dor.
Não estou resumindo o amor, nem trazendo placas indicativas de caminhos a seguir, apenas propondo um recorte desse imenso e intenso universo que é amar...
Para o Hoje, sugiro um fechar de olhos, por um minuto apenas, driblando a velocidade do dia:
para pensar sobre a última ação de amor construída;
há quanto tempo isso aconteceu;
qual o próximo passo...
Boa semana!