Às vezes as dificuldades costumam ocupar o palco da vida e se destacam como protagonistas, com muitos dramas e desassossegos. O enredo da história assume um cenário sombrio, desgastante, onde a tragédia ocupa o lugar da comédia.
Sem o riso é difícil resistir as intempéries, sem esperança o caminho se anuvia e nada mais tem sentido. Em tempos sombrios, as notícias ruins nadam de braçada e desenham nuvens espessas no horizonte.
A energia umbralina comanda as mentes e inspira a desilusão e o RÉ-COMEÇO, num vai e vem de passado repetido. Saudosismos romanceados em erros do passado alimentam a ganância e o egoísmo, marionetes da tristeza e da fome de justiciamento estampadas nas redes sociais.
As imagens excluem, apagam histórias e evidenciam o poderio dos poucos indivíduos detentores do ínfimo poder existente neste pequeno planeta azul. Num recorte de tempo no infinito das horas, acreditamos mais no instante do que na eternidade das lutas.
Ré-começo, ré-tratar, ré-construir... As vivências da ré são importantes como lição, jamais como forma dialética do pensar. O registrar do passado é espetacular e imprescindível para construção da memória, para permear o pensamento de fatos que não podem cair no esquecimento. Entretanto, o RECOMEÇO necessita de novos ares, novos olhares e novas formas de luta.
A RESISTÊNCIA pelo riso dialético, quando ocupa o espaço da transformação, respira, resplandece, renasce no esperançar de um novo mundo, com ideias recheadas de sonhos ousados e aparentemente utópicos.
Na fila de trapos e corações eivados de vivencias no umbral, aprendamos a RECOMEÇAR como os vaga-lumes, que não se deixam amedrontar pela escuridão e seguem radiantes nas trevas da noite.
Valnia Véras