Ler é viajar por mundos mágicos, onde o conhecimento, a arte, a filosofia e a ciência se encontram e transportam pessoas, tirando-as da mesmice de uma vida morna e previsível.
Nas páginas da existência, a leitura do ser humano é imprescindível para construção de um espaço mais inclusivo, justo e feliz, onde leitoras e leitores interagem e se conectam com um recorte cristalizado de tempo, seja científico ou literário, psicológico ou jurídico, de suspense ou infantil.
A leitura vai além dos livros, a percepção das coisas e seres vai além da escrita ou da fala, entretanto, as linhas materializadas, registradas e choradas nas páginas de um livro, escrito ou cantado, guardam memórias, instigam sonhos e tecem caminhos.
Mas como entender a beleza de um livro, se nem mesmo a capa representa um atrativo para as pessoas que correm nas calçadas da cidade fria? Como um bom e velho livro de papel pode competir com um aplicativo ou plataforma digital?
Num país iletrado, onde a educação não é prioridade, onde ler um livro é apenas uma obrigação escolar, a leitura é um acessório pouco valorizado. Presenteia-se uma amiga ou amigo com um par de sapatos, com uma roupa, com um copo, mas é pouquíssimo provável presenteá-los com um livro.
Sou uma contadora de histórias, sopro versos e enfeito sonhos, nas linhas traçadas convido leitoras e leitores a viajar comigo nas páginas da imaginação, colorindo o mundo com reflexões e histórias desta vida terrena ou não. Na solidão da minha escrita, sinto o peso da ausência daqueles que comporiam os diversos sentidos propostos, dos sentimentos não vividos, do descaso e da troca do querido e precioso livro por uma caneca de aniversário.
Hoje, costurando as ideias nas entranhas deste amigo, trago-lhe uma canção de ninar, mostrando-lhe que não está só em sua solidão, que ao seu lado construo e vivo um mundo de aventuras contadas e sofridas no infinito de nós dois.
Valnia Véras