Hoje trago uma reflexão sobre nossas atitudes e comportamentos:
De que maneira nossas ações ou omissões impactam a vida das pessoas?
Diariamente nos deparamos com pautas inclusivas, luta por políticas afirmativas, que garantam cidadania e dignidade aos grupos minorizados.
Quais são os nossos pensamentos acerca dessas reivindicações?
Interessante, que essas pautas num mundo “cristão” nem deveriam existir, pois a igualdade de condições deveria representar a essência dessa sociedade.
Um Jesus revolucionário falava em amor, em perdão, em igualdade, em não julgamento, em acolhimento, respeito… Em que momento esses ensinamentos foram deturpados e chegaram às pregações da atualidade?
O termo “barreira atitudinal”, citado no título deste texto, é utilizado para definir os entraves enfrentados pelas pessoas com deficiência, em razão da falta de empatia, da ausência de sensibilidade, do descaso e da indiferença às causas de acessibilidade.
Num mundo projetado para pessoas sem deficiência, os desafios são imensos. Quando não há conscientização, respeito ou vontade de promover verdadeiramente a acessibilidade, os desafios se transformam em muros altos de concreto, uma profunda e densa barreira de comportamento.
Vou pedir emprestado esse termo “barreira atitudinal” para falar sobre as dificuldades enfrentadas pelos negros, pela comunidade LGBTQUIAPN+, pelas mulheres… Essa barreira manchada de sangue mata, constrange, adoece…
Essa barreira rotineiramente é encontrada “dentro de casa”, quando um(a) filho(a) é discriminado(a) por ter uma orientação sexual distinta da heteronormatividade .
Essa barreira está presente na rua, quando um negro é confundido com um bandido, apenas em razão da sua cor.
Ou no “doce lar”, quando uma mulher precisa se calar diante do marido, numa posição de submissão e medo.
Na diversidade da vida não deveria haver espaço para o preconceito, no dicionário da existência terrena não deveria haver a palavra “excluir”. O curioso é que há uma palavra perfeita para definir essa exclusão: “neutralidade”.
A neutralidade é palavra vazia, porque de fato não existe. Todas as pessoas têm lado. Somos seres políticos e como tal, fazemos escolhas o tempo todo. Resta saber se estamos escolhendo excluir ou acolher.
Lembrei novamente de um homem conhecido por Jesus e também dos que o torturaram e o assassinaram em nome de Deus, acho que eram conhecidos por fariseus, não é?
Parece que a história se repete e se multiplica, pois o Cristo está morando nas ruas (muito quentes ou geladas), pregado nas cruzes de sofrimento, onde os grupos minorizados continuam pendurados e expostos à multidão.
Diante de barreiras atitudinais gigantes, poucos conseguem diminuí-las ou escalar sua estrutura.
Sei que é uma luta árdua, muitas vezes inglória, com poucas e tímidas conquistas, entretanto, guardo a certeza em meu peito, que não desejo estar ao lado dos que ajudam a manter essa parede de segregação ativa.