Valnia Véras

Moro nas gavetas da minha alma

Meu Diário
09/04/2025 17h43
A força da verdade

 

Verdade é uma palavra genuína, de difícil acesso e vivência.

Num mundo de aparências e interesses individualistas, reina soberana a senhora hipocrisia, ornamentada por belas máscaras, esculpida e talhada na vaidade.

Na multidão entediante, as máscaras caminham confiantes, despreocupadas, triunfantes entre malabarismos de ideias vazias e sorrisos de desdém.

O cinzento da massa reflete a pobreza de ideais, aquieta-se diante do egoísmo e da necessidade de adular para receber algo de volta, numa simbiose de troca de favores.

Na escuridão da insensibilidade, na corrupção dos pensamentos altruístas, constata-se a tristeza de uma existência vazia, pautada em objetos, em horas de vida vendidas levianamente.

Do alto dos discursos ocos, sem essência, o bobo da corte baila e corre desenfreadamente em direção ao ego inflado, numa tentativa desesperada de alcançar o pote de ouro no final do arco-íris.

A Verdade, tão solitária, coitadinha...

Embora pareça perdida e sem força, o inimaginável sempre acontece. De braços dados com o Tempo, paciente e perseverante, no teatro da vida, durante a encenação do reinado de aparências, a Verdade observa, já no último minuto do ano velho, no fechar das cortinas, o cair das máscaras.

Pasmem! O rei está nu.

 


Publicado por Valnia Véras em 09/04/2025 às 17h43



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