Falar sobre a morte é sempre muito difícil, ela se apresenta de forma tão finita, que nos assusta e nos oprime. É um “nunca mais” batendo na porta.
A morte surge em cada fechar de ciclo. No término de um romance, na viagem para longe, na mudança de morada, na despedida do corpo físico. Esta última, por sua simbologia, traz consigo um abismo de tristeza, de descontentamento, de saudade, pois representa a ruptura de uma rotina costurada de afetividade.
A morte anuncia um novo caminho, com passagem de ida para um lugar desconhecido; a transformação de um ideal; a mutação de um amor; a inauguração de um novo espaço; a volta para um plano, cujas lembranças se perderam no véu do esquecimento material.
Nesse trem da vida, cada descida do vagão tem um significado importante: se descermos antes do tempo, demoraremos mais para chegar ao destino desejado; se aprendermos a olhar pelas janelas, guardaremos muitas histórias para contar do outro lado...